quinta-feira, 4 de outubro de 2007

"Mudança de paradigmas"

Quando eu ainda assistia Pokémon, lembro que em um dado episódio, aparecia a frase "Essa é a cidade onde sopram os ventos do recomeço"... Newbark town ou algo assim, não sei dizer ao certo.

Há algumas semanas, certos sinais começaram a aparecer. Não estou falando de coisas esotéricas ou místicas, dragões verdes formados por nuvens no crepúsculo ou pessoas com tatuagens misteriosas me perseguindo. Refiro-me ao clima do tempo em que vivemos, desses nossos anos. Sem dúvida alguma, desde que o mundo é mundo, pessoas pregaram que viviam no fim dos tempos, que a juventude estava corrompida e que a moral havia sido destroçada. No fim do 1º milênio depois de Cristo, não foram poucos os casos de suicídios devido à chegada do dia do Juízo Final.

Contudo... talvez estejamos realmente nos aproximando do ponto decisivo de nossa existência. Chega a soar sensacionalista, mas acredito que somos os atores do espetáculo final deste planeta. Na verdade, creio que podemos não o ser. Sim, sei que é contraditório, mas posso explicar.

O estado do mundo de hoje é terrível. Não, mais do que isso, é algo que não pode ser expresso com palavras. Estamos vivendo o momento mais temeroso de nossa história. Olhemos para o nosso país: em qual político você confia agora? Alguém ainda defende o nosso presidente, o homem que nos representa? E o Senado, a instituição máxima da República, qual credibilidade ainda tem? Quem de nós não teme andar sozinho à noite por ruas desertas, esperando ser abordado a cada curva, a cada viela?

Isso é o que pode ser chamado, com razão, de "sinal dos tempos". Não poderia ser mais óbvio que nossos valores estão sendo destruídos e ridicularizados, não um a um, mas todos de uma só vez. O egoísmo domina as mentes das pessoas e uma obsessão dilacerante pelo prazer e ganho pessoal só faz agravar nossa solidão e nossa dor. Se de um lado inúmeras pessoas decidiram que são senhoras de suas próprias vidas, ignorando a existência de um ser superior a quem devemos tudo, outras tantas se jogam nos tentáculos de vis templos que apregoam uma salvação inexistente através de um caminho dúbio, como o dinheiro e o preconceito contra outras crenças.

Todavia, penso eu que temos uma última chance de reverter isso. Quando escrevo última, quero dizer que depois dessa, se não a aproveitarmos, nosso mundo não será mais. Uma das virtudes exaltadas pela Igreja Católica é a fortaleza. Acordamos todas as manhãs para um mundo que nos chama a levar uma existência fútil, a nos distrair com inutilidades, a não pensar em quem sofre. Devemos ter fortaleza para resistir a esse chamado de força impressionante.

Vivemos a chance final de nossa raça. Seis bilhões e meios de artistas em sua apresentação derradeira. Podemos fechar as cortinas e sermos obliterados ou lutar pra legar um mundo correto para a geração seguinte. É uma escolha nossa.

PS: A expressão do título é do meu colega Troubleshooter #0 da Troubleshooter S/A.

Um comentário:

Anônimo disse...

será que podemos "lutar pra legar um mundo correto para a geração seguinte" sem a igreja?